Diversidade, Equidade e Inclusão - Essa é a Nova Direção da Quantic Dream

[CyberLady 972]

autor: Sonia Selerska

 

Em 2018, a direção do estúdio foi processada por não ter defendido os direitos de seus funcionários. Hoje, ela se gaba de sua defesa das mulheres e daqueles que fazem parte da comunidade LGBTQIA+.

 

 

No próximo mês, o estúdio Quantic Dream celebrará seu 25º aniversário. Por causa disso, seus membros, liderados por David Cage, divulgaram uma declaração a respeito da política atual da empresa. Ficamos sabendo que a consideração do gênero, das minorias sexuais e étnicas está no centro das atividades dos criadores.

 

Quantic Dream contra a discriminação

 

Surpreendentemente, para o 25º aniversário do estúdio, em vez de comemorar, seus membros estão "reavaliando suas práticas internas". A declaração oficial funciona como uma lista de todas as medidas antidiscriminação que a Quantic Dream tomou e está prestes a tomar.

 

Dentre outras coisas, aprendemos que mais de 50% dos gerentes em vários setores do estúdio são mulheres. Uma líder feminina do departamento DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) também foi contratada e a empresa alocou um orçamento para iniciativas nesta área.

 

Também se destaca a atenção dada à contratação de funcionários e ao estabelecimento de parcerias com organizações da comunidade LGBTQIA+. Estas condutas destinam-se principalmente a representar fielmente os diversos pontos de vista e experiências dos personagens nos jogos do estúdio.

 

Sabemos também que foi estabelecido um sistema interno para relatórios anônimos de preocupações no local de trabalho, e que empresas terceirizadas são regularmente convidadas a organizar pesquisas de opiniões e preocupações dos funcionários.

 

Tais ações, entretanto, não parecem ser coincidentes.

 

Controvérsia sobre a atmosfera na empresa

 

A declaração, publicada ontem no site do estúdio, parece estar intimamente ligada ao caso que começou em 2018. Na época, começaram a surgir as opiniões de antigos e atuais funcionários da Quantic Dream, que acusavam a empresa de sexismo, racismo e homofobia.

 

Além disso, David Cage e Guillaume De Fondaumiere, os fundadores do estúdio, foram acusados publicamente de não respeitar os direitos dos trabalhadores e forçar os subordinados a trabalhar dias de mais de uma dúzia de horas sem a oportunidade de expressar suas opiniões.

 

As acusações acabaram por levar a um processo judicial. Em meados de 2008, em seu primeiro veredicto, um tribunal parisiense considerou os patrões culpados da suposta má conduta. Entretanto, em abril de 2021, um tribunal de apelação indeferiu essas acusações, absolvendo a administração do estúdio.

 

Após a absolvição oficial, Cage emitiu uma declaração, na qual alegou que toda a controvérsia era uma manipulação por parte de um pequeno grupo de funcionários, e a empresa foi constantemente submetida a inspeções governamentais, que não revelaram irregularidades em seu funcionamento.

 

O fundador do estúdio negou os rumores de ações discriminatórias por parte da direção desde o início, apontando sua cooperação com Elliot Page (que usava o nome Ellen na época), que interpretou o personagem principal em Beyond: Two Souls. Foi o suficiente?

 

Um recorte de uma entrevista com Elliot Page e David Cage para o On Demand Entertainment

 

Quantic Dream proclama oficialmente que se baseia no "respeito mútuo, sinceridade e suporte". Os executivos realmente vêem as tarefas listadas na declaração como tendo um impacto positivo na qualidade do jogo e no bem-estar dos funcionários, ou isto é apenas uma estratégia de RP para aquecer a imagem de uma empresa enredada em anos de controvérsia? Podemos apenas especular.