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O hacker mais famoso do Brasil


Felipegato94
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O hacker mais famoso do BrasilHá umas semanas atrás, recebi um mail de um tal Derneval Cunha, elogiando o AlterNETive e dizendo que tinha um zine sobre Computer Underground, mas que ainda estava se desenvolvendo, blablabla... Alguns segundos após ler o mail, meu cérebro conseguiu linkar as informações e concluiu: "É o cara do Barata Elétrica!!". O zine do cara, apesar da editoração pobre, tem um conteúdo riquíssimo, sobre o "movimento" hacker, segurança na Internet, criptografia, etc. Vale a pena cansar um pouco a vista no monitor!! Imediatamente, um dos Leandros que habita meu corpo (provavelmente um dos mais imbecis) disse: "Apaga apaga!!! O cara é um hacker!! Aposto que esse mail vai se comunicar com ele e passar a senha da tua conta... ele vai tomar conta do AlterNETive!!!". Mandei o imbecil se calar, enquanto escutava uma outra faceta mais sensata do meu interior (!), que dizia: "O cara é metido a hacker... vive dando entrevista pras revistas do gênero... aproveita que ele tá dando mole e entrevista o cara sobre isso!! O Fanzine tá precisando de assunto...". Dei os parabéns para mim mesmo pela idéia e imediatamente entrei em contato com o Derneval. Para minha surpresa, ele aceitou!

Na íntegra para vocês, o resultado dessa EMAILtrevista (demorou duas semanas! esses zineiros são realmente muito ocupados...)

 

L.S.I - Tu te consideras um hacker?

 

D.C. - Não, não me considero realmente um hacker. Ainda falta muito, muita coisa para aprender antes de chegar perto do que alguns caras que conheço, fazem. Mas a mentalidade e o modo de agir, isso conheço bastante bem.

Num certo sentido, a pessoa que ainda tem curiosidade e fuça ate' saciar, que é o motor da coisa, isso eu tenho desde os sete ou oito anos de idade, ainda não me abandonou. Enquanto eu tiver isso, posso chegar perto das "feras" e fazer perguntas, e com jeitinho, obter respostas.

 

L.S.I. - E qual é o porquê de aparecer nas revistas, dar entrevistas? Não seria melhor para um hacker permanecer anônimo?

 

D.C. - Eu tenho um projeto, a nível pessoal e também de trabalho. Colocar um bando de gente parecida comigo (no que se refere a área de computação) num lugar, tipo uma vez por mês, num boteco, trocando idéias, organizando coisas em conjunto. Isso, a nível pessoal, sempre quis fazer e um monte de gente que conheço. A nível profissional, tem uma conferência que quero montar com gente de outros países. Não dá prá fazer isso anonimamente.

 

L.S.I. - Então, no fundo, pretendes um dia ser um hacker remunerado? Ou a fama já ê remuneração suficiente?

 

D.C. - De acordo com a definição de hacker que tem no jargão, (disponível no Barata Eletrica 00), eu já sou hacker remunerado. Minha tarefa é fuçar assuntos interessantes na rede e para isso tenho uma bolsa de iniciação científica. O BE seria um passatempo que me permitiu "acessar" meus 18 minutos de fama. Minha verdadeira remuneração são as cartas que recebo, elogiando esse trabalho que faço. Não achava que fazia um zine tão bom quanto aqueles que volta e meia consigo pegar na rede Internet. Como ele é único, o pessoal curte. Mas ainda podia ser melhorado, se tivesse tempo.

 

L.S.I. - Não tens medo, que agora com toda essa exposição, que o termo HACKER seja transformado em mais um dos inúmeros rótulos que a mídia adora usar para definir o comportamento das pessoas?

 

D.C. - O termo hacker já existia antes dessa exposição. Se verificarmos a tradução que arrumei, "fuçador", sendo ela empregada corretamente, sem a conotação negativa, tudo bem. Há um estado de espírito de "fuçador". Já se fizeram estudos sociológicos em cima disso. O perigo não existe na rotulação, mas no preconceito, de se achar que todo fuçador é um terrorista em potencial. Algo como: "fulano tem uma faca de açougueiro, por isso pode ser o Serial-Killer". A coisa não é assim.

 

L.S.I. - Já sofreste alguma forma de preconceito por ser considerado hacker?

 

D.C. - Já. Frequentava a sala de computação da Letras e até era considerado um monitor não-oficial muito melhor e mais educado do que os monitores oficiais da sala, contratados para ajudar os inexperientes em Informática. Sofri perseguições de várias formas incluindo uma expulsão da sala, um dia que não trouxe a carteirinha da USP. Alguns dos funcionários daquela sala (não todos, um ou outro pode ser novo) não servem nem para adubo, na minha opinião. Outra perseguição que aconteceu foi quando pintou no jornal que eu fazia o Barata Elétrica. Minha conta foi "travada" até que eu explicasse o lance e depois fui proibido de usar "qualquer computador da USP" para distribuir o dito. Uma vez, quando editava o número dois do BE, usando o JOE (editor tipo wordstar, prá computadores de grande porte), vi minhas sessões serem canceladas, sem nenhum motivo. Atualmente, me liberaram por exemplo, divulgar minha conta no spider, mas ainda assim, não tenho certeza se eles me toleram muito na USP. Minha impressão é que qualquer dia que eu fizer algo errado (coisa que eu não faço) nunca mais me liberam o acesso. Me falaram inclusive que se não fosse pelo BE, eu seria Super-Usuário de um computador ligado a rede no local onde trabalho.

 

L.S.I. - E como todo zineiro diz ao terminar uma entrevista (eu tentei, mas não consegui ser exceção!): deixe uma mensagem para os web-leitores do AlterNETive:

 

D.C. - Uow! Que responsa. Mas aqui vai: A rede Internet é a grande prova de que o computador não vai automatizar a raça humana. Isso só depende dela. Havendo uma conscientização, todo mundo que fuça na rede pode ajudar a integrar outros menos capacitados a também usufruirem. Todo mundo que puder fazer um esforco nesse sentido, de facilitar o acesso de outrem àa informação, está ajudando a humanidade como um todo. Só pelo esforço tanto individual quanto em grupo, podemos, através da Rede, unir o mundo num esforço conjunto. Multinacionais se preocupam com o lucro. Estatais se preocupam com privilégios no mercado. Mas pessoas comuns se preocupam com seus colegas, porque precisam deles no dia-a-dia. Seja colega da humanidade. Descubra e ajude a descobrir a rede.

 

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