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(Super)Valorização de profissões


Lasadin
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O cara acha que estudar 6 anos pra ser médico e ainda receber R$4.000 está mal, e que não consegue arcar com suas despesas com esse dinheiro. Qual a opnião de vocês sobre isso? O que acham dessas pessoas 'mimadas' que por querer manter seu alto estilo de vida não conseguem fazer algo a não ser literalmente reclamar de boca cheia?

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Alguns anos atrás em uma festa, conversei com um amigo que não via fazia tempo. Entre papos, falamos sobre futuras carreiras. Ele sempre quis fazer medicina e eventualmente passou na faculdade. Eu sempre tive minhas ideias um pouco bagunçadas, e naquela época falava de sociologia e astronomia.

 

Eventualmente, falei que até toparia fazer psicologia, mas não gostaria da área clínica, mais da pesquisa. Lembro até hoje da cara de confusão dele, olhou para mim e perguntou "mas, como você vai se sustentar e sustentar sua família?", o que é uma pergunta aceitável. Expliquei que até atenderia em consultório, mas não colocaria nisso todo meu tempo para trabalho. Ele continuou sem entender, disse que eu não ia ter dinheiro para viver, só uns 4 mil. Aí quem ficou sem entender foi eu.

 

Minha mãe sempre me sustentou, e sustentou minha vó, sozinha, com 2 mil. Como assim 4 mil é pouco? Claro, o pai dele era médico, ele era classe média alta, na casa dele giravam 40 mil por mês, apesar dele ter falado na mais pura inocência, ficou claro como o seu privilégio o cegou.

 

Ele começou a me dizer que eu precisava de pelo menos 30 mil para cuidar de uma mulher e um filho, para viajar duas vezes ao ano, comprar um apartamento bom, um carro, o melhor colégio particular da cidade... "sabe, o básico!".

 

Eu ri. Olhei bem pra cara dele, vi que ele falava sério e preocupado, e que nosso entendimento sobre viver uma vida satisfatória não era a mesma coisa. Então só disse que então não teria filhos e minha mulher trabalharia. Ele riu, como se eu estivesse falando algo absurdo e a conversa morreu.

 

Mas é isso, né, o médico se sente desvalorizado por ter que ganhar 4 mil reais, trabalhando meio período, tendo sua bunda beijada por todo paciente que entra, no ar condicionado e no conforto. Enquanto o professor ganha metade, muitas vezes menos que isso, aguenta desrespeito de todo mundo, precisa estudar a vida inteira para se atualizar, trabalha o dia inteiro e ainda tem que fazer provas em casa.

 

E o sacrifício do medicineiro? Muitas vezes cursinho pago pelo papai médico, que custa absurdos, estuda com o melhor material, toma RedBull para ganhar energia, entre Venvanse e Ritalina para conseguir estudar mais... mas é isso. Você cresce em uma família que ganha absurdos, vai pra uma escola onde todos os pais ganham absurdos, é Hollister pra lá, Adidas pra cá, você é induzido a fazer uma profissão que você sabe que ganha muito e nunca pensa em como é comum o salário dos professores que te dão aula por 15 anos.

 

Tem algo errado com a educação brasileira quando até um formado em medicina não entende a situação financeira do indivíduo no país e o poder de aquisição.

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Super valorizada a profissão já é. Eu tenho o hábito de me por no lugar dos outros e bem, talvez pra ele, de fato 4 mil seja pouco. Claro que sendo um recém ''quase formado'' eu acho que o valor tá sim na média. Mas, uma coisa a se levar em consideração é o piso salarial que passa facilmente dos 10 mil com menos horas trabalhadas do que a oferta citada, médicos não ganham 4 mil e todo mundo sabe disso. Ninguém estuda de 6 ~ 8 anos pra ganhar isso pois sabe que pode e vai ganhar bem mais em outros lugares, médicos nunca ficam sem emprego, é uma oferta absurda pra uma demanda bem pequena, logo a lógica é bem simples.

 

Se ele está certo? Embora bem arrogante, creio que ele tá certo sim, no lugar dele também não aceitaria. Se ele tem um padrão de vida alto? Isso já é outro assunto, o fato é, independente de ser rico ou pobre, você deve dar o devido valor a sua profissão. Entendo que existem outras profissões tão importantes quanto onde os profissionais recebem bem menos, mas, não é desvalorizando uma que vamos conseguir valorizar outra.

Bang!

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@Kush. sensacional o seu comentário. No Brasil a gente sente a necessidade quase que natural, de ganharmos dinheiro adoidado. É o reflexo de uma sociedade em colapso. E o engraçado foi a resposta da "defesamédica". É uma profissão igual todas as outras, mas recebem 10x mais, com privilégios e mais privilégios. Uma vez quebrei o braço jogando bola (era um domingo, véspera de Natal). Tenho plano de saúde (o melhor do Estado), mas precisei ir em 2 hospitais para ser atendido pelo meu plano. E quem veio me atender foi um técnico. Não reclamei, me atendeu com a melhor vontade do mundo, e resolveu o problema da dor em 2 segundos. Ou seja, médico liga o fod5-se para o atendimento, e já me deixa suspeito uma profissão que não pode atuar como um "sacerdócio". Dinheiro é bom, todo mundo gosta, mas é bom cair na real. Outra vez, torci o joelho, caso complicado, e fui novamente a um posto de atendimento do meu plano. Uma chuva torrencial, local totalmente vazio. Parou um táxi na porta, com uma criança chorando, e a mãe meio desesperada, a criança estava com o braço quebrado. Via-se ser gente sem condição financeira, e a atendente não aceitou nem conversar com o médico para vê se podia atender a criança gratuitamente. Cara, isso é desumano... Que diferença faria? Local vazio, sem movimento, etc etc. Não gosto de médico, e prorrogo o que posso quando preciso ir. Tirando os casos particulares, sobre o mercado de trabalho... Aqui no Espírito Santo, médicos novatos (sem experiência) estão recebendo em torno de 5 mil. Isso para médicos que atuam para terceiros. Isso já é muito, sendo que a maioria das profissões tem o piso salarial entre 2-3 mil reais. No mais, eu acho que bons profissionais devam ser valorizados sim, e que condições péssimas de trabalho devam ser rechaçadas. Contato que exista bom-senso.

Every man has to die

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