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Como os holandeses venceram a ditadura do automóvel


Jess
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[video=youtube;XuBdf9jYj7o]

 

Precisamente no período em que surge no Brasil uma forte mobilização em favor de outro sistema de transportes e mobilidade, este vídeo* publicado pelo site Outras Palavras, mostra que esta luta pode ser vitoriosa. Está focado na Holanda, provavelmente o país que melhor superou a locomoção baseada no automóvel individual — substituindo-a por uma vasta rede de trens, bondes e ciclovias.

 

Em seus 6m29s, o documentário revela algo chocante: a cultura da bicicleta sempre foi forte na Holanda; no entanto, há menos de quarenta anos, o trânsito era tão hostil às bicicletas como o de nossas cidades. Num único ano (1971), houve 3,3 mil mortes no trânsito — entre os quais, 400 crianças — parte importante dos quais, ciclistas. Os dados são ainda mais expressivos por se tratar de um país cuja população (16,6 milhões) é semelhante à da região metropolitana de São Paulo.

 

As mortes estão estreitamente relacionadas a um processo muito semelhante ao vivido hoje no Brasil. Libertada do domínio nazista em 1945, a Holanda viveu, nos 25 anos seguintes, um enriquecimento acelerado, que beneficiou todas as classes sociais. A renda per capita cresceu 222%, entre 1948 e 1970. Boa parte dos que passaram a viver em condições mais favoráveis aspiravam ao padrão de consumo tradicional, em cujo centro está o automóvel. Para abrir avenidas, destruíam-se conjuntos residenciais e ciclovias. Praças foram convertidas em estacionamentos. O deslocamento médio realizado diariamente por um holandês passou de 3,9 para 23,2 km.

 

Dois fatores colocaram o modelo em xeque. O primeiro, e decisivo, foi uma intensa mobilização social contra a ditadura do automóvel, a partir dos anos 1970. Ele serviu-se do apego da população à bicicleta, que remota ao começo do século 20. Convergiu para intensas mobilizações em favor de um novo projeto de cidade. É algo que pode se dar também no Brasil contemporâneo, caso haja uma articulação mais forte entre movimentos como as lutas pelo direito à moradia, as bicicletadas e o ambientalismo urbano.

 

O primeiro choque mundial de combustíveis, em 1973, foi o catalisador final. Dependente do petróleo ao extremo, a Holanda viu-se contra as cordas, quando o preço do barril triplicou em poucas semanas. Porém, um governo ousado, dirigido pelo primeiro-ministro trabalhista Joop den Uyl, reagiu com medidas como os “domingos sem carro” e a proibição dos automóveis no centro das cidades.

 

Combinada com a mobilização social já existente, esta atitude deu início a uma revolução urbana. O traçado viário das cidades foi inteiramente transformado, para que surgissem áreas seguras para ciclistas. O uso da bicicleta, que declinara 6% ao ano no pós-II Guerra, cresceu entre 30% e 60%, em poucos meses. Junto com as ciclovias, floresceu um vasto movimento de recuperação das cidades, que transformou em praças e parques áreas antes colonizadas pelos carros. A profusão de espaços públicos e os contatos sociais e a sensação de liberdade que eles proporcionam são, por sinal, um dos ingredientes centrais para o encantamento produzido por cidades como Amsterdam.

 

O documentário termina com uma provocação: “Os graves problemas causados pelo automóvel não eram uma exclusividade dos holandeses”, diz o locutor. E instiga: “A saída que eles encontraram também não precisa ser”…

 

Bastam alguns minutos, após descer na estação ferroviária de Amsterdam, para sentir a enorme transformação no ambiente urbano.

Fonte

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O que vocês acham disso?

Será que esse sistema poderia ser adaptado aqui no Brasil?

Beleza atrai beleza.

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Cara, tinha que fazer isso no Brasil também.

Lá os ciclistas são quase "deuses" vulgarmente dizendo.

Se um motorista atropelar um ciclista, o cara vira o Osama bin Laden.

Mas isso é muito interessante. Se fizessem isso no RJ e em SP... Vishh'

 

Eu imagino uma perseguição entre bandido e polícia com bicicletas kkkk'

Blame it on Jesus

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Ahn, os tempos são outros. É claro que podia dar certo no Brasil, mas não tenho certeza quanto ao momento, talvez o momento não seja esse. Outra, o Brasil não tem um sistema de transportes eficiente, pense em viagens de trem, principalmente na qualidade dos trens da Europa, não tem!

Também tem o tamanho do país né, a Holanda é pequena, já aqui temos uma área enorme e por causa disso os motoristas veem mais sentido em possuírem um carro, quando se tem um carro você fica suado só de pensar em andar de bicicleta.

Não acho que isso rolaria aqui, o pessoal é tão folgado que esses dias eu vi um cara andando com uma bicicleta motorizada, imagina pedalar por conta própria.

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O que atrapalhou tanto o trânsito no Brasil foi a falta de planejamento a longo termo, não planejaram bem o transporte coletivo e investiram muito pouco no transporte ferroviário. É até estranho o quanto a cultura do carro que o Juscelino Kubitschek deixou está rendendo... será que se ele não tivesse empurrado tanto o transporte individual pro Brasil o nosso trânsito seria diferente?

 

Acho que o que funciona na Holanda é inviável no Brasil, quando se precisa percorrer grandes distâncias não da pra usar bicicleta. Imagino que algo como o pedágio urbano de Londres faria a bicicleta ser mais utilizada e também valorizaria mais o transporte coletivo.

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Problema é que pra isso dar certo precisa primeiro ter um transporte coletivo decente :/

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O que atrapalhou tanto o trânsito no Brasil foi a falta de planejamento a longo termo, não planejaram bem o transporte coletivo e investiram muito pouco no transporte ferroviário. É até estranho o quanto a cultura do carro que o Juscelino Kubitschek deixou está rendendo... será que se ele não tivesse empurrado tanto o transporte individual pro Brasil o nosso trânsito seria diferente?

 

Acho que o que funciona na Holanda é inviável no Brasil, quando se precisa percorrer grandes distâncias não da pra usar bicicleta. Imagino que algo como o pedágio urbano de Londres faria a bicicleta ser mais utilizada e também valorizaria mais o transporte coletivo.

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Problema é que pra isso dar certo precisa primeiro ter um transporte coletivo decente :/

 

Sim! O pedágio urbano seria muito bom, mas enquanto Londres tem ônibus, ou melhor, busões que são uma das marcas do país nós temos um transporte publico nojento. E é por isso que digo que nos devíamos ter trens! O quão legal ia ser andar de trem? E valeria muito mais a pena. As cidades que tem metro aqui, que são poucas, mal conseguem garantir o funcionamento deles.

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Se pensar que o Brasil foi modelado para consumir automóveis, não daria certo.

Haveriam sim mudanças se a população começasse a adotar a bicicleta como um meio de transporte, mas eu não vejo os funkeiros de domingo passando com um pancadão em cima de uma bicicleta então...:partido: KKKKKK'

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Todos os dias tenho que dirigir entre 49 e 58 quilômetros. É transito pesado, irritação, guardinhas corruptos e achacadores, uma perda de tempo e energia que estressa qualquer pessoa.

 

De casa para a facu; da facu para os escritórios da instituição; dos escritórios para o home office; do home office para casa. Nos piores dias o tempo gasto nesses deslocamentos pode chegar a 2hs e 30min, não raro acabo dormindo no home office pra não pegar engarrafamento no final da noite (22/23hs - No Rio tem engarrafamento a essa hora sim e as vezes é transito parado mesmo).

 

Não consigo me ver numa bike por aí, rodando os mesmos +/-50km sob um sol de 45°C ou mesmo com os temporais que costumam cair nessa cidade. IMPOSSÍVEL!

 

Busão não funciona, a frota local não está preparada para pessoas como eu. as linhas de metro são poucas, cobrem áreas importantes, mas nem sempre as mesmas que preciso. Trem então nem pensar, no Rio ou em sampa isso é transporte de subúrbio e periferia.

 

As cidades foram crescendo e não foram pensadas; foram adaptando-se a realidade enquanto deveriam adaptar a realidade a elas. Planejamento urbano no Brasil é ciosa recente e ainda muito mal compreendida. A "autoridade" pública pensa no agora e nunca no futuro.

 

Rio e São Paulo se dizem "cidades que nunca param". Pois bem, basta que caia a primeira gota de água pra parar a poha toda. Ninguém anda, ninguém se mexe, todos paramos entre alagamentos e engarrafamentos.

 

Não vivemos a ditadura do automóvel, vivemos as consequenciais de não pensar as cidades para as pessoas. Pagamos um preço, um alto preço, por não pensar, por não planejar e por não agir. Se hoje começássemos a mudar essa realidade ainda levaríamos entre 30 e 50 anos para chegar perto de cidades como Amsterdã, Paris, Londres, New York, Berlim, Tel-Aviv, Tokio ou mesmo Beijing‎. Enquanto isso vamos continuar a ter ciclovias para turistas que ligam nada a lugar nenhum passando pela praia no Rio ou dentro do Ibirapuera em Sampa; linhas de metro elitistas que mais servem aos bairros com maior poder aquisitivo individual do que aos mais populosos; ônibus que transportam pessoas como gado ou sardinhas e engarrafamentos gigantescos causados por carros que como o meu servem apenas para transportar um único indivíduo.

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"Rerum cognoscere causas."

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@mikhail

 

Saindo um pouco do trânsito e pensando na cidade como um todo, não sei o Rio, mas aqui em SP...quando cai uma gota de água cai luz, telefone, internet,sinal da TV paga ou não.

É foda isso...não há manutenção em nada nesse país @_@

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@mikhail

 

Saindo um pouco do trânsito e pensando na cidade como um todo, não sei o Rio, mas aqui em SP...quando cai uma gota de água cai luz, telefone, internet,sinal da TV paga ou não.

É foda isso...não há manutenção em nada nesse país @_@

 

Na região que morei, e que ainda moro de certa forma, em São Paulo não tem muito disso não. O grande problema por lá são mesmo os faróis. Pingou Fud**!

 

No Rio estou entre duas regiões da cidade, na primeira o problema é explosão de bueiros e galerias de energia. Vez ou outra uma tampa sai voando. Já na segunda são os engarrafamentos e os alagamentos no caminho.

 

Infelizmente tanto Rio quanto São Paulo são cidades partidas. Estão divididas entre áreas para população mais pobre (não necessariamente nas periferias) e áreas para população mais abastada. Na primeira de fato os serviços, quando existem, são um lixo. Na segunda o que se tem é o que de melhor as empresas e o governo (Federal, Estadual e municipal) pode oferecer pois é lá onde moram os "governantes".

 

Quer um conselho?

 

Ainda que seja péssima a vizinhança busque mudar-se para junto de um prefeito, deputado federal, governador ou senador. A vizinhança pode ser ruim, mas os serviços são ótimos.

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"Rerum cognoscere causas."

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